Desde que Assassin’s Creed Shadows foi anunciado, o game virou alvo de várias críticas online por sua decisão de usar Yasuke e Naoe como seus protagonistas. Muitas delas se focam na importância que o game dá ao samurai negro, que foi acusado de aparecer de “forma exagerada” e de não ocupar a posição no mundo real.
Após a Ubisoft responder a essas alegações de forma um pouco efusiva, o diretor geral da franquia, Marc-Alexis Coté, decidiu ser mais direto sobre o assunto durante um evento do BAFTA. Segundo ele, enquanto há feedbacks que são válidos e devem ser ouvidos, a Ubisoft não está disposta a limitar seus trabalhos e sua criatividade para agradar a públicos específicos, mas bastante raivosos e vocais.
“Em Assassin’s Creed Shadows, destacamos figuras, tanto ficcionais como Naoe, uma guerreira japonesa mulher, quando históricas, como Yasuke, o samurai nascido na África. Enquanto a inclusão de um samurai negro no Japão feudal gerou perguntas e até mesmo controvérsias, Naoe, como um personagem fictício, também enfrentou escrutínio por seu gênero”, explicou Coté.
Segundo ele, a personagem é uma representação das mulheres reais que desafiaram expectativas sociais e acabaram pegando em armas em momentos de conflito. “Então, embora as histórias de Naoe e Yasuke sejam trabalhos de ficção histórica, elas refletem a colisão de mundo diferentes, culturas e papeis, e suas inclusões são precisamente o tipo de narrativa que Assassin’s Creed busca contar”.
Assassin’s Creed Shadows não é diferente do resto da série
Coté também explicou que, ao menos no que diz respeito a questões como representação e diversidade, Assassin’s Creed Shadows não é algo novo para a franquia. “A história é inerentemente diversa, e o mesmo acontece com Assassin’s Creed e suas histórias. Então, para ser claro, nosso comprometimento com inclusividade é baseado na autenticidade histórica e no respeito a diferentes perspectivas, não é guiado por agendas modernas”.
O executivo da Ubisoft também afirmou que o novo game está sendo desenvolvido em um contexto complicado, marcado por intolerância e feedbacks que nem sempre são honestos. “Eles [os desenvolvedores] encaram mentiras, meias-verdades e ataques pessoais online. Quando o trabalho no qual eles colocam o coração é distorcido e transformado em um símbolo de divisão, isso não é apenas desanimador, mas pode ser devastador”.
Citando Fareed Zakaria (âncora da CNN norte-americana), Coté afirma que parecemos estar se aproximando de uma ‘Era de Revolução”, no qual o conflito real será entre as sociedades que se fecham em si e aquelas que permanecem abertas. “Quando nos autocensuramos diante de ameaças, nós cedemos nosso poder, pedaço a pedaço, até que a liberdade e a criatividade desaparecem”.
“Não podemos deixar isso acontecer. Chegou a hora de nós, como criadores, permanecermos firmes em nosso compromisso com nossos valores, contando histórias que inspiram, que desafiam e que ajudam as pessoas a se conectarem. Nosso silêncio não pode se tornar cúmplice”, declarou.
Quando nos autocensuramos diante de ameaças, nós cedemos nosso poder, pedaço a pedaço, até que a liberdade e a criatividade desaparecem
Marc-Alexis Coté, chefe da franquia Assassin’s Creed
Para o chefe da franquia Assassin’s Creed, a única forma de combater o ódio é continuar “criando experiências que celebram a riqueza de nosso mundo e capturam a mágica de nossa imaginação criativa”. Segundo ele, a criatividade é mais forte do que o medo, e é ela que vai permitir criar o futuro do entretenimento.
Fonte: PC Gamer
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